E quando de repente o nosso sonho se concretiza? Que fazemos a seguir?
Respostas possíveis:
1_Inventamos um novo.
2_Suicidamo-nos porque já não andamos cá a fazer nada.
Desta vez vou optar pela primeira hipótese.
Assim sendo o meu novo sonho é...
muito previsivelmente e sem qualquer pretensão de surpreender o leitor,
encontrar o nono seguidor.
E é disto que somos feitos grande parte de nós, de uma ambição descontrolável que se alimenta de si mesma.
P.S. Com a publicação do post anterior, temo ter transformado este blogue numa pescadinha de rabo-na-boca.
Dedicado ao meu oitavo seguidor, consciente, no entanto, que merecia bem melhor.
Muchas gracias Mel.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
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Da mais alta janela da minha casa
ResponderEliminarCom um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade.
E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.
Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.
Quem sabe quem os terá?
Quem sabe a que mãos irão?
Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.
Ide, ide de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.
Passo e fico, como o Universo.
Fernando Pessoa (copy-paste)
Muito obrigado, porem eu sou a nona seguidora e nao a oitava amigo...
ResponderEliminar"Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho.
Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada.
Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca das nove horas,volta sempre a esquina da direita.
O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece.
Fernando Pessoa
(O Livro do Desassossego)
"Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?"
Fernando Pessoa
(Notas Autobiográficas e de Autognose)