sexta-feira, 23 de abril de 2010

Nem tudo se resolve com birra (a não ser em Espanha, onde birra significa cerveja de pressão = fino)

Passou já tempo suficiente para me dar conta que nem todos os problemas se resolvem fazendo birra. E que o melhor modo de resolver um problema é, antes de mais, verificar se o problema de facto existe. Confesso que à dita birra acabou por se juntar, ou anexar, ou agrupar, ou colar, ou emparelhar, ou engadilhar, ou emparasitar uma manifesta falta de criatividade. Além do mais tive um súbito ataque de autocriticismo que me fez confrontar o “””””trabalho””””” que realizei até ao dia de hoje.







Cheguei à conclusão que era fraco.






Pensei sobre o que então concluíra e reconcluí o seguinte:






Tendo em conta (e a conta é simples, porque zero mais zero é igual a zero...ou menos até...) aquilo que aufiro ao fim do mês por agrupar letras em palavrinhas, e palavrinhas (as vezes até palavrões, que decerto me perdoarão um dia) em frases, frases em parágrafos e parágrafos em posts incompletos, de modo a agradar uma cambada de ocasionais ociosos, onde me incluo como o rei soberano, pelo simples facto de dedicar mais tempo a escrevê-los que vós a lê-los, podia ser pior (e peço desculpa se tiveram que voltar a ler a frase da capo, para perceberem a conclusão que conclui por cima da conclusão de que era fraco o que escrevo).






Mas é isso a única coisa que, ao fim e ao cabo, posso oferecer-vos com total honestidade - uma ligeira perda de tempo.


Acreditem que sabe bem quando alguém me diz que perdeu tempo a ler este blogue. Por uma razão muito simples, e que vem na continuidade do post anterior (sim... porque ainda que este blogue pareça uma orde de cães à solta, visto de muito longe até chega a formar uma matilha) e que passo aqui a explanar...(e peço desculpa se por vezes estes apartes vós quebram o raciocínio e vos obrigam maçadoramente a ter que ler as frases do início, tal como muito provavelmente acontecerá quando acabarem de ler mais este aparte totalmente desnecessário e ao mesmo tempo inútil e sem nenhum interesse vilumbrável desde o ponto de vista em que me encontro)






...quando hoje, que toda a gente tem tanta coisa séria a chupar-lhes o tempo por uma palhinha, desde quintas a cafés de vizinhança, desde negócios com a máfia a civilizações inteiras para destronar selváticamente, perder tempo torna-se o luxo dos luxos do bicho contemporâneo que somos.






E porquê?






































Porque não há.


















































Ou então...


















Porque quando há... é vergolhoso dizer que se tem.






É um luxo demasiado grande para não ser invejado, e por isso mesmo desdenhado.


Sair para a rua com o propósito único de passear o tempo de trela... eis a vida do poeta, do vagabundo, do herdeiro abonado, do marmanjão, do “poeta à solta” (Sr. Mal, obrigado por me aconselhares o visionamento das conversas vádias do Agostinho da Silva, eternamente grato, porque nesse dia, tal como as cobras, também eu renovei a pele). Mas nem todos nos podemos dar ao luxo disso.


E é por isso que se este blogue for um Kit Kat (confesso que o meu preferido é o Lion, mas esse parece não obrigar a uma pausa) em algumas dessas vidas cheias de tudo menos tempo, então é porque ao fim e ao cabo, o que aqui se escreve não é assim tão fraco, ainda que lhe falte muito para ser mais que isso.

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