sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O prazer de amar Bolas de Berlim

Gosto de Bolas de Berlim. Quem me conhece sabe que sim. Gosto delas nem muito grandes nem muito píqueninhas, mas mais a fugir para o píqueninhas. Gosto delas com um sorriso amarelo bem rasgado, mas também gosto daquelas misteriosas que só mostram um pequeno apontamento da sua alma cremosa e amarela. Prefiro o açucar granulado, o normal digamos, ao açucar em pó, porque é mais agradável ao tacto da língua e da boca. Gosto de me sujar todo com esse brilho açucarado. Gosto de correr o risco de alguém adivinhar que estive a comer Bolas de Berlim à algum tempo, porque ainda trago uns grãozinhos de açucar nestas beiças gulosas. Prefiro ainda o açucar granulado porque o açucar em pó tende a dar-lhes um ar gorduroso, um ar de puta-porca, enquanto que o açucar do dia-a-dia lhes confere o glamour de uma estrela de cinema toda vestida de diamantes, na noite de entrega dos Óscares. O meu olhar namoradeiro agradece.

Repetindo...de um modo mais sintetizado e clarificador:

Áçucar em pó  =   Puta porca
Açucar granulado daquele de trazer por casa   =   Estrela de cinema na noite de entrega dos Óscares.

Depois há a questão da massa. Se o creme é a alma e o açucar o vestido, a massa é o corpo. Pois muito bem... a massa deve ter uma aparência consistente, deve demonstrar personalidade, mas ao mesmo tempo desfazer-se em fofura quando as trincamos. A massa, por muito paradoxal que pareça, deve ser tudo menos massuda.(já repararam que a própria palavra massuda é massuda?). Mas nisto as Bolas são como os melões e as mulheres: só depois de se abrir é que se sabe se é bom. Só depois de trincar uma bola é que sabemos realmente se são boas e não massudas. 

Há, no entanto, uma coisa que posso partilhar convosco: "Não devem confiar nas bolas muito grandes, porque geralmente são massudas, demoram horas a mastigar e custam a engolir. Não se deixem seduzir pela quantidade. Além do mais as Bolas de Berlim não são para matar a fome do corpo, mas sim a fome da alma."

E como sabemos se são grandes ou pequenas?

Pois para mim uma bola tem o tamanho certo quando se come em 4 a 6 dentadas. E sofre de obesidade mórbida quando se come entre 6 dentadas e o ínfinito.
Outra coisa importante é que no fim devemos sentir vontade de comer mais uma, mas simultaneamente pensar que isso estaria errado, que seria faltar ao respeito à linda Bolinha que acabamos de comer.


Bolas de Berlim é só uma por dia, e nem todos os dias.


Temos que estar constantemente a "dar um tempo" com elas. Devemos come-las com saudade, para saborearmos devidamente esses pequenos momentos de comunhão espiritual. O amor às Bolas da Capital Alemã rege-se pelo mesmo manual que o amor a outra mulher ou homem.
Quem gosta de Bolas de Berlim e passa o dia a chupar os resquícios de sabor que ela nos deixou nos dedos, sabe do que falo.

P.S. Não falei da questão, (para mim inexistente), do com ou sem creme, porque para mim só existem ou Bolas de Berlim (com creme claro está) ou Bolas de massa oxalá-não-massuda- com açucar-oxalá-granulado.

P.S. Gostaria de deixar claro que este blog procura não fazer grandes juízos de valor e que por isso respeitará quem prefira açucar em pó. Também respeito quem defenda que Fílipe Pinto deve ganhar os Ídolos, embora me faça confusão que ainda ninguém lhe tenha dito que um dia lhe pode rebentar uma corda vocal em directo, e que cantar como quem caga não é digno de uma estrela Pop, mas sim de um cagão. 

Carlos se me estás a lêr...
...
...
...

...ficas lindo quando choras pelas vítimas do Haiti...

...

...mas cantas como uma pêga desesperada por fama.


 Já agora que merda é essa de cantarem para as vítimas do Haiti?? O Haiti não fica já ali.  Além disso, as televisões estão todas soterradas e eles neste momento fazem tudo menos ver TV, e mesmo que tivessem televisões, para tentar atenuar (muito ligeiramente entenda-se) os momentos desgraçados que estão a viver, os Ídolos versão tuga nunca passaria lá, e mesmo que passasse eles mudariam de canal.

Tive uma ideia...

E se cantassem mas era para ganhar e mais nada, talvez Portugal e o Mundo, por irónico que pareça, vos ficasse mais agradecido.

(Não vou falar da Diana porque não vale a pena)

Beijocas pequenas, não massudas, cremosas quanto baste, e revestidas com açucar granulado.

2 comentários:

  1. Nada como acordar numa manhã cinzenta e ler esta fantástica deixa às bolinhas de Berlim..O meu pensamento fugiu de imediato para as belas tardes de praia algarvias..na maior descontracção, a sentir o meu corpo a ser beijado pelo sol, apreciando o brilho do mar e como musica de fundo tinha...."Eh Boli Berlim..ha com creme e sem creme" Ate me deu vontade de fazer um pequeno almoço brasileiro..

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  2. AHAHAH!Boa, nem me tinha lembrado da bola de Berlim na praia. Infelizmente escasseiam cada vez mais, assim como a tradicional Língua da Sogra. É pena.
    Beijos!!

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