Há um tipo de literatura anónima que me emociona particularmente. É essa literatura espalhada pelos muros da cidade, pelas estações e apeadeiros, e nas portas de casa de banho públicas.
Impressiona-me pela acutilância, precisão sintática, pertinência temática, expressiva riqueza emocional, e pureza crua do seu conteúdo. ( De um despretensiosismo total).
Pedaços de escrita tão bem talhada que se tornaram em clássicos que a toda a hora podemos admirar.
Como este que leio na parede de um apeadeiro em Recezinhos:
9147899307,85. Sou Puta e costumo andar pelo bairro.
O que eu aprecio aqui é o facto de o autor não específicar quem é a Puta nem qual é o bairro, o que abre não um caminho, mas uma avenida com três faixas rodoviárias de cada lado, e um separador central com uns enormes plátanos bem viçosos, à nossa imaginação.
Não obstante isso, deixa-nos uma pista - o número de telemóvel. E isso deixa no leitor uma expectativa prazeirosa: Será que o número de telemóvel corresponde mesmo à puta X do bairro Y.
(eu próprio estou tentado a confirmar isso, quando acabar de escrever o post).
Depois há a verdadeira Antiguidade Clássica deste tipo de literatura. Coisas como:
PIÇA + PITO
É uma verdade intemporal e universal que piça e pito sempre se deram bem, e por isso merece ser cantada pelos muros (outrora vazios de significado) do nosso mundo, ou ainda em fachadas de edificios históricos recentemente recuperados. É algo que deve ser relembrado diariamente, senão podemos, um destes dias, dar connosco a pensar que !não! que PIÇA + PIÇA é que é bom e que PITO + PITO também é possível.
E depois claro!! Surgem os especialistas, os formadores de opinião, os Antónios Vitorinos, os Marcelos Leio- Quarenta-Livros-Numa-Semana-De-Tudo-Que-Para-Aí-Se-Escreve-Rebelo-De-Sousa, os Vascos Pulidos e os Vascos Por-Pulir, e a malta dos óculos de massa pretos, a dizer que é necessário voltar aos tempos do PIÇA + PITO, porque senão a humanidade não se renova.
Nota de pé de post: Descobriu-se recentemente numa gruta de Foz Côa que já os Homens Macaco escreviam PIÇA + PITO (embora na altura escrevessem com erro gramatical no PIÇA, pois escreviam PISSA, mas também é preciso lembrar que na altura eram meio macacos e mulher com pelo na pernoca marchava sem grande esquisitice). Há cientistas que dizem que era um culto da fertilidade, outros dizem que era por pura parvalheira.
Ora bem...91478...
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mt bem... vais no bom caminho rapaz.... tou a gostar
ResponderEliminarvou-te apresentar a técnica do cumprimento sandwich:
ResponderEliminarprimeiro metes o primeiro pão: LOLOLOL, parti-me a rir hóme!!!
depois amandas-lhe com o presunto: e se fosses mas é trabalhar carago!? aki a escrever estas palhaçadas sem utilidade nenhuma, é por causa de gajos como tu que o país está na miséria que está!!!
e depois a outra fatia: mas olha, até tens jeito pra isto, continua com isso :)